INSTITUTO
FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE
REDE DE
GRÊMIOS ESTUDANTIS DO IFRN – ReGIF/RN
Nota
O
SINASEFE, Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica,
Profissional e Tecnológica, durante sua 108ª Plena, realizada no dia 18 e 19 de
maio, decidiu pela retomada da greve ainda no mês de junho, após diversas
consultas à categoria, o Sindicato tirou um indicativo de greve. Aprovado no
estado pela maioria dos que compareceram à assembléia geral no último dia 2, um
sábado. Ou seja, a Seção Natal está aderindo a uma greve que se mostra
generalizada, envolvendo unidades de todo o Brasil, além de 80% das
universidades federais.
Não podemos negar ou diminuir de
forma alguma os motivos que levaram a educação a este momento:
irresponsabilidade na expansão da rede federal de ensino e má remuneração de
servidores levando-se em conta o trabalho realizado por esses. Entretanto,
também não vamos negar que estamos em completo desacordo com a decisão de
entrar em greve total por parte da categoria dos servidores. Acreditamos
que a “defesa da educação” é uma causa nobre e que merece o envolvimento de
toda a sociedade brasileira na luta pelo ensino público, gratuito e de
qualidade. Esse, teoricamente, é o objetivo dos movimentos paredistas nesta
instituição, mas a realidade é desanimadora.
Em 2011 grande
parte dos alunos se juntou aos funcionários, inclusive com considerável
participação nos atos de rua. O grande problema residiu nos próprios
servidores. A falta de participação foi imensa! Vimos uma grande maioria
aproveitar a greve como “férias fora de época”, utilizando-se do movimento em
favor próprio e em nada colaborando com a causa comum. Como herança da
paralisação, o que nós, alunos, recebemos? Nada, senão professores
desmotivados, ementas não cumpridas, ou seja, uma imensa desorganização durante
a conclusão do ano letivo de 2011. A situação foi ainda mais prejudicial aos
alunos do então 4º ano. Muitos são os relatos de descontentamento com a forma
que o curso foi concluído, sem que houvesse uma real absorção dos conhecimentos
do eixo técnico. Greve esta, que mesmo já tendo se estendido por tanto tempo –
referente ao ano passado – não alcançou os objetivos fomentados em pauta na
época.
Ainda consideramos a falta de
motivação após a suspensão do movimento apontamos: dificuldade em retomar os
ritmos dos trabalhos; não realização de diversas atividades e eventos que são
importantes para a formação polícia e cidadã dos estudantes; evasão escolar;
descrença por parte da sociedade na instituição. As cicatrizes dos problemas
supracitados voltam a ser feridas a partir da iminência da nova Greve
O último Boletim Oficial da entidade
(07 de junho de 2012) diz: “A UNIDADE dos SPF [servidores públicos federais] é
grande arma que temos para nos impor e mostrar, ao governo, que não vamos mais
esperar pelo dia 31 de julho para termos uma resposta à Pauta que entregamos.
Queremos uma resposta, já! E, somente depois disso, começaremos a negociar, de
verdade.” Por meio desta afirmação, confirma-se a postura intransigente e
irresponsável que aqui apontamos. Como bem sabemos, ano passado a ANDES
(entidade que representa os docentes das universidades federais) não nos
acompanhou, mas usa-se agora o argumento de união dos servidores públicos
federais. Quem acompanha o movimento sabe que esta e outras entidades não
hesitariam em sair da greve caso suas reivindicações, que não são integralmente
as mesmas da SINASEFE, fossem atendidas, deixando todo o peso da greve nas
costas dos IF’s.
É questionável pela comunidade
discente desta instituição de ensino se, de fato, aqueles que fazem a greve
acontecer têm realmente uma visão de sucesso a partir deste feito já que foi
visto que uma greve total agora põe em xeque uma geração de alunos e compromete
as demais, uma paralisação em uma Instituição de ensino que chega a junho ainda
no 1º bimestre é irresponsável e terá como legado a formação de técnicos de
fachada e alunos despreparados, causando severos danos ao futuro dos estudantes
e à imagem da instituição junto à sociedade potiguar, se outrora fora tão
respeitada, esperamos que não definhe com uma seqüência de greves.
Não podemos nos calar diante desses
fatos. Uma greve agora é irracional e irresponsável. O apoio dos estudantes ao
movimento sindical deve ser algo construído coletivamente, com amplo diálogo e
respeito mútuo, que até agora não foram vistos. Compreendemos que as
reivindicações dos servidores também são nossas, porém, esperamos um
contraponto, com real respeito pela educação. Nos opomos a esta greve, mas não
nos retiramos da luta!
Por fim, pedimos a todos os
professores e demais servidores que usem de suas consciências e dos princípios
morais, lembrando sempre de que trabalham em uma instituição renomada de
ensino, e que ao ingressarem assumiram um compromisso com nossa educação.
Lembrem-se da responsabilidade social que está arraigada em suas profissões, na
certeza de que, ante a intransigência do Governo e a impossibilidade de
mobilização ativa, a luta pelo ensino de qualidade acontece dentro de sala, no
processo de formação dos futuros líderes deste país. Esperamos que não se
ausentem neste momento de fundamental importância para a vida de centenas de
jovens brasileiros.
Cordialmente,
Ramon de Lima Luduvico
Diretor
de Políticas Educacionais da Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas
José Rolfran de S. Tavares
Vice
Presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas
Larissi Araújo
Vice
Presidente do Grêmio Estudantil Djalma Maranhão
Suzana Maria da Silva Costa
Vice
Presidente do Grêmio Estudantil José Alencar Gomes da Silva
Juscelino Pereira de Araújo
Vice-Presidente
do Grêmio Estudantil Seridó Sertão
Kamila Patriota
Presidente
do Grêmio Estudantil Paulo Freire
Jeferson Santos Teixeira da Silva
Presidente
do Grêmio Estudantil Valdemar Pássaros
Natal/RN,
12 de junho de 2012
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